quinta-feira, 30 de maio de 2013

Para ti, maninha

Entrei no quarto de mansinho, para não incomodar a minha mãe e  para me enroscar no meio deles, como adorava fazer sempre que acordava...

-Pai, a mãe!!???
-A mãe foi para o hospital para ter o bébé...
Não vos sei explicar a sensação de felicidade que senti naquele momento, e a minha reação foi começar a saltar em cima da cama- A mãe foi buscar o bébé, a mãe foi buscar o bébé...
Tinha 4 anos, mas esta é uma imagem que tenho bem presente e que me lembro bem. Lembro-me de me sentir feliz. Ia ter um mano, ou uma mana (ainda não sabíamos).
Quando a vi pela primeira vez senti um orgulho enorme naquela carinha rechonchuda e olhinhos rasgados. Sentia orgulho ao ver a reação da família ao visitá-la: "Que linda, que bébé bonita" É a minha mana, a minha menina.
Quando veio para casa, mais gente a visitá-la, mais elogios...e eu comecei a não achar muita piada àquela atenção toda só para ela. E aí começaram a aparecer os ciúmes.
Se ela bebia o biberão, também queria que a minha mãe fizesse para mim. Se lhe davam a chucha a ela, porque é que eu também não podia usar?? E lá voltei a usar chucha aos 4 anos de idade (a culpa é tua mana, se tenho dentes de chucha hoje em dia).
Mas a verdade é que, apesar dos ciúmes, sentia um orgulho de andar a passear com ela e os meus pais e ouvir o "que bébé linda".
O tempo foi passando, fomos crescendo. Passámos por fases que não nos podíamos ver uma à outra. Não nos dávamos lá muito bem (ao ponto de lhe apertar o pescoço com umas ganas e de acabar com uma caneta espetada na perna).
Apesar disso, e sem lhe dizer para não dar o braço a torcer, sentia um amor por aquela pequena...
Quando fui estudar para S. Miguel começamos a sentir a falta uma da outra. Começámos a dar mais valor ao tempo que passávamos juntas quando vinha de férias.
Entretanto, foi a vez dela de se aventurar por outras terras para realizar o seu sonho. E aí sim, as saudades apertaram ainda mais. Começámos a dar-nos muito bem, a sentir muito a nossa amizade.
O dia que a vi levantar a capa com as fitas e tornar-se uma jornalista foi um dia de muita emoção. A minha menina estava a crescer, estava a ficar uma mulher.
Hoje em dia, é a minha melhor amiga. A pessoa em quem confio cegamente. O meu pilar nas vitórias e nas derrotas. É em quem penso sempre que tenho novidades, sejam elas boas ou más.
Quando nos juntamos fazemos a festa com as nossas tontices, cantigas e  gargalhadas.
E o orgulho que senti quando a vi, o orgulho que sentia quando a elogiavam, cresceu tal como nós.
É uma pessoa forte, de bom coração, corajosa, destemida, lutadora, meiga, positiva, linda....e linda que é a minha mana.
 Tem um sorriso que nos contagia.

E hoje a minha menina-mulher faz anos. Hoje é o seu dia. E só posso desejar que continue sempre a ser a pessoa maravilhosa que é e que eu amo com todas as minhas forças. Só lhe posso desejar toda a sorte do mundo e que a vida lhe corra sempre pelo melhor.

Parabéns mana. Goto muito de ti.


2 comentários:

  1. Parabéns à cunhadinha!! hehe :)

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  2. Oh, e agora deixas-me aqui de garganta seca! O coração de ouro é o teu, e por isso pensas vês todas estas qualidades nos outros, quando no fundo elas são todas tuas! Muito do que sou o devo a ti, irmã. Obrigada querida, um beijino

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